segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Sou 70 !

"Chegou a hora de apagar a velinha, vamos cantar aquela musiquinha... " Só pelo fato de saber cantar essa música do tempo do ronca já denuncia a velhinha aqui... Sim, nasci em 70 e dai?





Quando era criança, achava os adultos chatos, me perguntava, como eles mudaram tanto ou será que eles eram crianças chatas?. Adultos um dia foram crianças???. Com a chegada da adolescência ser rebelde com causa ou sem causa, não era tão mais importante do que a preocupação dos nossos pais em a gente não abaixar a calçinha....




Reprimidos, levantávamos então a bandeira e gritávamos pelas diretas já, chorávamos pela morte de Tancredo e acompanhávamos todos os domingos um programa chamado MIXTO QUENTE , que acontecia na praia e apresentava as  novas bandas daquilo que mais tarde seria chamado de Rock Nacional.. Sim,  a velhas tardes de domingo da jovem guarda , também embalaram a geração coca-cola.... Mas eu crescia, sempre achando que já tinha vivido tudo na vida, era garota esperta e a passividade e acomodação dos adultos me incomodava muito.



Eu não sei quando exatamente essa inquietação foi sendo substituida por uma serenidade . Quando meus pés pararam de pisar no acelerador de fato, não me recordo, mas eles pararam. Houve uma necessidade de deixar a vida em slow motion... E como um filme, a vida vai sendo revista. De repente , se entra em uma ilha de edição, seleciona os melhores momentos, faz um compacto daquilo que viveu e recarrega a fita para desfrutar agora com mais sapiência, os 45 minutos do segundo tempo.Talvez seja por isso que chegar aos 40 não me assustou, na verdade , era como se a minha vez tivesse chegado, agora eu sou a adulta. Os meus contemporâneos é que estão assumindo o poder desse mundo em várias esferas... a discoteca ,que dançava de sandalia colorida melissinha e a meia toda cheia de brilho, já é coisa de museu.





 É o tempo que Drummond já versou, o tempo que o mundo não pesa mais que a mão de uma criança, e que a vida vive-se sem aquela contemplação.
Pra minha surpresa, esse tempo é bom e nele reside minha única reclamação. A gente vive anos achando que está vivendo, então , descobre que a vida , realmente começa aos 40 , mas será que teremos tempo de sobra pra viver tudo o que se aprendeu? De repente , o tempo passa ser sua maior dúvida...
Os 42 anos estão na porta, dia 4 , sopro a velinha...mas queira os céus que ainda não seja a hora de "apagar" a velhinha aqui !!!!



quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Esse é meu mundo, essa é minha vida

Existem fatos na vida dos quais não podemos fugir. Escrever é um vício, não... escrever é um prazer.Vícios matam, e a escrita, renova-me. Foram alguns meses sem postar nada ... por pura preguiça. As palavras não me abandonaram, mas as compactei nas postagens das redes sociais, mas há muito mais a ser dito e aqui é o lugar, quantos irão ler não importa, mas elas precisam ganhar vida aqui fora , senão explodem na minha cabeça.
Já são 11 meses nessa terra abençoada por Deus e seria leviano omitir o que se passou.Continuo a paraense que aportou nas praias cariocas e que observa cada ponto e detalhe dessa cidade.
Viver no Rio é melhor do que visitá-lo...os olhos do turista não conseguem ver os detalhes do dia a dia. Minha rotina carioca tem sabor de eternas férias, me sinto privilegiada, mas sei que ainda não alcancei o ápice de tudo que posso sorver dessa terra, ainda estou no jardim da infância,mas já caminho com minhas próprias pernas.

A turma  Cerveja no Badalado
A turma que viaja para São Paulo 
Uma coisa maravilhosa que ganhei quando cheguei aqui, foram os amigos, o aconchego de pessoas queridas que me receberam como se já fizesse parte da vida delas. Recepção carioca? Talvez, afinal a turma da praia sempre abre a rodinha pra mais um chegado, um camarada, mas sei que foi além disso...
A turma do pic nic


Minha casa virou point da praia e todo final de semana , sempre tinha um parceiro pra fazer a bagunça das Horas Felizes.

A turma do Carnaval


A turma que vai para o teatro

A turma da faculdade

 Sentia que aos poucos a malandragem carioca ia tomando conta desses corpo paroara, " é preciso adaptar-se ao ambiente",  já dizia Darwin ou outro teórico do tipo. E durante esse tempo fui fazendo minha aldeia recheada de carinho e amizade.
- Amigaaaaa, que você vai fazer hoje?
- Ainda não sei. 
- Posso ir pra sua casa?
- Claro! Venha sim. faremos uma farinha gastronômica na varanda.
Muitos Dôritos, pastinhas, bebidinhas e conversas pela madrugada. Alguém pega o violão e... sabe tocar? ... Tocar? Violão? Fácil, é so tchacutum , tchacutá.... E la la la laiaiiii.. la...la...la....
As vezes eu é que ligo....
- Amigaaaa, Amigoooo, vem pra cá hoje. Vemmmmm!!!
- Como, amiga?  Estou no trabalho, não tenho roupa prá trocar, peça intima... 
- Ah , coisa fácil. Qual é teu número de calcinha/ cueca ? Passo na Americana e compro pra vc ... Vem que te pego no metrô...
E lá vou eu buscar meus amigos , já com suas novas peças íntimas compradas .... E no fim da tarde a gente dá aquele pulo na praia, senta a espera o por do sol.Palmas para nossa amizade!


A minha turma

 Cada dia sinto que aqui é o meu lugar, não posso deixar de esquecer aqueles que ficaram na outra margem do rio, entre uma correnteza e outra , com certeza irei reencontrá-los. Mas agora, quase um ano depois, devo ratificar. Esse é meu mundo, essa é , agora, minha vida! E garanto que está uma delícia como um delicioso tacacá no fim da tarde...

sábado, 25 de fevereiro de 2012

Moro num país tropical...


Talvez a tradução mais perfeita para essa canção seja dizer, moro no Rio de Janeiro. A principio pode  parecer coisa de gente que veio lá da "Terra dos papa-xibés" viver na tal “cidade maravilhosa”, mas para quem me acompanha de longa estrada de diários, sabe que minha relação com esta cidade está longe do deslumbre pois sempre tenho compartilhado com vocês o que as agências de turismo não compartilham, ou seja, o outro lado da cidade que só é vista pelos cariocas e é exatamente esta  a razão que a torna a perfeita tradução de um País tropical.

                Têm coisas tipicamente tropicais, que o Rio por ser uma cidade litorânea tem, talvez o segredo esteja na geografia, mas ai só morando em outra cidade de litoral para saber.Acordar cedo, tomar aquela vitamina de frutas, caminhar com o cachorro, fazer exercícios, andar no calçadão, tomar um pingado na padaria, ir a feira, experimentar as frutas da época, falar com o peixeiro, bater aquele papo como o jornaleiro,levar as crianças no parquinho, ir trabalhar mas colocar a roupa de praia na bolsa, pegar a van, bater papo com o motorista da van, ver no centro vários homens de roupa social e mochila nas costas, almoçar salada no verão e sopa no inverno, antes de voltar pra casa , passar na praia , jogar uma bola, dar um mergulho, comer um milho, ver o pôr do sol,programar um piquenique na Quinta da Boa Vista, um passeio de bicicleta na lagoa ou um churrascão com os amigos apenas com carne , farofinha e  molho a campanha, ter no guarda-roupa mais vestidos soltos, bermudas, shortes, camisetas, rasteiras e chinelos, tomar bastante água de coco, suco e açaí ( que por aqui é a única coisa que para mim não tem gosto de nada!)
Esse jeito livre de ser carioca, de chegar chegando, falando, todo mundo é parceiro, todo mundo é da mesma praia. Esse jeito tropical de ser que só quem vive sabe o quão tropical é.O verão pode até acabar, mas o sol carioca continuará a aquecer ...

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Feliz Ano Novo

É sério que o ano já vai terminar e eu nem lhe encontrei para batermos aquele papo? Nossa ,tinha lhe prometido isso na virada do ano passado...Desculpe-me pela minha ausência. Obrigada pela paciência e amizade .O ano está no fim e acho que ainda dá tempo de renovarmos as promessas ...Não! Não! Não! Chega delas! Pra quê se sabemos que não iremos cumpri-las? Nesta virada de ano, não lhe prometo nada! Nem sei se nos veremos, falaremos  ou nos visitaremos em 2012.Aliás dizem que este é o último ano, então pra que fazermos promessas? Sempre o mesmo papo, a mesma história, mas no final não marcamos nada, sequer ligamos um para o outro e quando há a possibilidade de um encontro, é sempre tão corrido, tão apresado...É o tempo, eu sei, o tempo...
Esse ano não sei o quanto o tempo irá me reservar para você, mas fique tranquilo(a) apesar das incertezas, sempre há as certezas e eu tenho algumas sobre nós dois. Apesar de não lhe prometer nada, tenho certeza que nossa amizade continuará, independente do tempo que nos encontraremos ou falaremos. Tenho certeza que sempre terei você no meu coração e nas minhas orações e não importa o que você esteja fazendo ou planejando fazer , tenho certeza que estarei torcendo pela sua vitória e realização. Certeza não é promessa. Certeza é ratificação de que tudo aquilo que você acredita, deseja e quer acontecerá na vontade e tempo de Deus.

Feliz 2012!

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Mudança: tralhas, poeira e ácaros...



Essa coisa de mudar é muito complicada. A primeira vez que vim morar no Rio não tinha tanta bagagem ! Agora, para me mudar, foram exatamente 52 caixas de tralhas, poeira e ácaros!Móveis? Apenas minha cama e dois colchões...
Alguns podem estar pensando o porquê desse “desvario”, seria maldoso dizer “ velhice”, por isso justifico como causa o “passar do tempo” associado a “genética adotiva”.Quando minha mãe morreu fui arrumar as “tralhas” dela.Nossa, ela tinha nota fiscal de quase tudo que ela comprou na vida!Coisas que ela nem mais possuía! Recortes de jornal com notícias, citações , receitas , propagandas,contas com mais de dez anos de pagas,papéis com anotações passadas...Era tanta coisa que fiquei mais cansada de rasgar papel do que de guardá-los.Minha mãe tinha mais que sessenta anos...Meu vô também, quando fomos ver as papeladas dele era uma criação de ácaros apenas , nada servia. E agora eu, que não cheguei aos sessenta, mas já entrei para o “clube do sufixo” (enta). Quantos papéis ,livros estão vindo na estrada e olha que muita coisa foi jogada fora ...
Algumas pessoas possuem essa mania de guardar coisas , outras são praticamente minimalistas, quase não possuem objetos, documentos ou fotos para levar.Se bobear apenas a pele do corpo lhe basta.Não carregam nada consigo, as vezes, nem sentimentos...
A administradora da mudança pediu para eu dar um valor para o seguro.”Como assim? Minha senhora  é um valor imaterial, como posso dizer quanto devo receber pela foto que estou aos cinco anos sentada no cavalinho do bosque Rodrigues Alves? Como posso mensurar as primeiras roupinhas de bebê que eu usei  e as que meus filhos usaram? Como posso dizer que tem preço o primeiro livro que deu a meu filho com minha dedicatória?” Indo mais além, como ser minimalista para essas coisas? Ali naquelas caixas viaja minha vida! Minha história! Meus sentimentos! Como não guardá-los de forma material? Alguns registros que não foram feitos deixam a dúvida de como eles aconteceram ou se realmente eles aconteceram!
Ainda bem que hoje tenho o diário para registrar, mas mesmo assim faço vocês minhas testemunhas históricas desse meu tempo, dessa minha vida  louca  que é única e por isso vivida intensamente a cada segundo!

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Eu, a anta!

Cheguei a conclusão que sou uma anta! Tal afirmativa não é depreciativa, não. É apenas uma constatação dos meus atos nos últimos dias.
Para não me alongar no discurso vamos aos fatos e vocês, ao final, concordarão comigo.
ANTICE 1 – EMBARQUE E DESEMBARQUE
Aqueles veteranos do diário sabem que minhas aventuras no Rio começam desde o momento do embarque, seja por perca de voo ou alteração “sem querer” na passagem e outras coisitas ..., pois bem desta vez o susto foi duplo:
O primeiro aconteceu em Belém, na hora de embarcar. Fui pegar a documentação das crianças, que ainda viajam com a apresentação da certidão, no entanto, já eram para ter a carteira de identidade há muito tempo, mas a mãe “anta” não foi providencia-la, com isso são papéis  e papéis ...Ao tirá-los da bolso, percebi que, na verdade, estava com as cópias e não encontrava os originais.
- Meu Deus do Céu!
-Que foi Pat? – meus tios perguntaram.
- Acho que esqueci os originais... Deixa perguntar para o funcionário ali.
Lá fui eu com maior cara de mané  falar com o tal funcionário da companhia aérea. Não sei se vocês repararam, mas toda anta quando faz uma “antice” fica com cara de mané.
- Moço, por gentileza, eu estou viajando para o Rio e gostaria de saber se posso apresentar como documento de identificação cópias de certidão dos meus fihos...? – sorriso amarelo de anta...:)
- Senhora, seus filhos são de menores e só podem viajar com a documentação original.
Desespero...
- Moço, eu acho que a original já viajou...
- Como assim , minha senhora?
- É que estamos nos mudando para o Rio e acho que fiz a besteira de mandar a documentação original pela estrada...
- E o pai das crianças?
- Também já viajou... – neste momento o desespero virou apelação, é o que as antas fazem depois do sorriso amarelo – Moço, por favor , eu preciso viajar com meus filhos, olhe eu sou a mãe deles , meu marido já está nos esperando , se eu não chegar com  essas crianças ele não vai gostar. Moço, veja o que o senhor pode fazer , eu falo com o juiz se for o caso...não divida nossa família...
-Calma, minha senhora, vou falar com meu superior.
Neste exato momento, voltei para a fila e comecei a fuçar a minha bolsa e outros envelopes de documentos que havia nele, até que dentro do envelope onde tinha meu diploma encontrei as originais! Ufa, da fila mesmo gritei para o funcionário:
- Moço, encontrei, encontrei! Não precisa dividir  a família...
A viagem foi tranquila, desembarque perfeito , reencontro com maridão, ida para casa dos sogros, vejo minha sogra. Abraços e beijinhos até que minha sogra pergunta por uma tia minha que ela gosta muito, digo;
-Ah, ela está bem , ela até lhe mandou uns bombons...Os bombons!? Cadê os bombons? Rodrigo do Céu , esqueci o saco?
 - Que saco , Patricia?
- O saco que tinha os bombons da tua mãe.
- Em Belém?
- Não, no aeroporto.
Quem conhece Rodrigo Montenaro, meu marido, sabe que ele é um poço seco da virtude da paciência, então deve imaginar a cara que ele fez , principalmente , quando disse que dentro desse saco também tinha uma pasta cheia de documentos!
- Que documentos, Patricia? Ele perguntou com uma cara ...
- Ah , nada de mais ... certidão de óbito da mamãe, da vovó, nossa certidão de união estável...
-O quê !!!??? ... a partir dai fica difícil escrever as “lindas palavras” que ouvi, mas fomos até o aeroporto e consegui recuperar a bagagem fazendo apenas a cara de anta com o sorriso amarelo, sem entrar no desespero ou apelação.
- Moça, desculpe, mas cheguei ainda pouco de Belém e esqueci de pegar uma de minhas bagagens .Na verdade é uma sacola de plástico, que eu esqueci porque não tenho hábito de despachar este tipo de bagagem mas como estava com muita coisa, sugeriram que eu despachasse e eu simplesmente apaguei da memória este volume.
Quando ela voltou do local onde possivelmente tinham as bagagens esquecidas , vi que além da minha , havia mais quatro volumes esquecidos. E fiquei tranquila, não seria a única anta naquela cidade...

ANTICE 2: Nada confirmado!
Esse negócio de documentação em papel, vou te contar, não combina com as antas. Domingo iria fazer um concurso para o estado e deveria apresentar o cartão de confirmação impresso  dias antes em Belém. Acontece que não me recordava onde havia guardado e o desespero começou. Não tinha como tirar uma segunda via e precisava saber o local da prova.
- Como você esquece , Patrícia? – Rodrigo perguntou
- Ah , eram muitas informações, muita coisa para fazer...
A coordenação do concurso iria fazer plantão no telefone a noite então foi um dia angustiante até esse horário e que nada adiantou pois só dava ocupado. Já estava dando como perdido, quando veio a ideia de olhar em outras partes da bolsa e,enfim, achá-lo....Ufa!Ufa!

ANTICE 3: Negócio Literalmente fechado
O terceiro dia de antice foi hoje. Muito simples, quase que um hábito. Fomos assinar o contrato de locação do apartamento e conforme fosse pegaríamos as chaves hoje.
Chegamos no cartório e a corretora perguntou se estávamos com a documentação toda. Quando disse que havia esquecido, a corretora me fulminou com os olhos, afinal ela tinha vindo lá de Niteroi só pra finalizar o contrato. Rapidamente , sorriso amarelo...
- Dona Lúcia, desculpa, mas  essas semanas foram tantas preocupações... uma mudança é uma mudança né...Pois é , minha cabeça ainda está confusa demais ...
E mais sorriso amarelo...
Até que ela viu que estava na frente de uma anta e  toda “anta” tem seu dia de perdão. Reorganizou para amanhã a minha assinatura  e tudo ficou bem até a próxima antice , é claro!

domingo, 18 de dezembro de 2011

Encontros e despedidas


A PEDIDOS  REABRO MINHA
 CAIXA DE PENSAMENTOS. 

Três queridas pessoas (duas paraenses e uma carioca) me perguntaram do blog.”Você não vai mais escrevê-lo” perguntou uma, “ Não esquece de escrever suas coisas no diário..” lembrou outra e ao fim  do dia,  conversando com um amigo no Rio e contando alguns fatos ocorridos recentemente, ele falou “ Ah... você deveria postar no blog...” Então , com direito a toda  ambiguidade  que a sentença tem: “ Realizo os três pedidos”.
Emocionalmente tenho muito a escrever e já aconselhei esse exercício para muitos.Durante este tempo  que nada foi registrado no blog não foi por não ter o que escrever, mas porque o ritmo em Belém é outro, e no calor da rotina as palavras derretem-se antes de se concretizar em letras  pelas teclas no meu computador...
Também me sentia um pouco órfã de uma vida que só o Rio me dá.Não , não quero parecer “metida” e nem tão pouco virei carioca, no máximo, parioca ou cariopense , se nem o Pará dividiram , como podem tirar de mim a minha essência nativa , a razão de ser Paraense ...Poeta  Rui Barata  já decretou  o Pará não é um estado , o Pará é uma nação e “ eu sou de um País que se chama Pará!”.Eu pertenço a ele e ninguém “ me tira  e nem me divide do Pará” Ele irá comigo assim como cada um dos meus familiares e amigos , assim como todos estes momentos de encontros e despedidas.Apenas no Rio consigo ter esse momento mais íntimo e real  com as letras...

UM NOVO CICLO

Final de ano já é um momento por si só saudoso, reflexivo e emotivo.Quando associamos confraternizações a “bota-foras” , nossa... tudo se intensifica!!
E isso que ocorreu em minha vida desde o início do mês,um pouco antes do  meu aniversário
Agora o que está sendo registrado aqui é a emoção das relações. Quando não se há referências de onde viemos a caminhada fica pesada,
Desde da primeira reunião de " bota-fora", senhores e senhoras, não sei mais o que é parar de comer !  Porque a cada dia tem um que liga , “ quero te ver “ , “ vamos sair” e nunca , NUNCA  me convidam pra comer salada , não é só churrasco, pizza, salgadinhos.. Nossa , estou uma BALOFA , vê se isso não é maldade ! Passei o semestre fazendo massagens , tentando dar uma enxugada e três semanas antes de viajar , engordo tudo outra vez...!!! Mas tá valendo, “vambora”...
A galera do Albanizia (colégio do estado)  fez uma surpresinha para mim e me deram um lindo cartão. É e gratificante saber que você não passou na vida de uma pessoa , mas sim que ficou.  O Estado não me acrescentou ainda grandes vivências profissionais, mas já me apresentou amigas que levarei no meu coração. A galera VIP , como falamos, ou As Glamorosas, .ainda fizeram mais duas festinhas para mim e mais uns quilinhos na balança.....
Meus colegas marista da 5º e 7º fizeram festinhas  “ surpresas” , mas que um ou outro deixou escapar.Esse negócio de fazer surpresas dificilmente dar certo. Lembro-me do meu aniversário de 21 anos. Minha mãe realizou uma surpresinha para mim que seria realmente surpresa porque eu não desconfiei mesmo, mas no finalzinho dos 45 minutos do segundo tempo...foi estragada! Explico,: quando estava chegando em casa no final do dia, encontrei no hall do me predio  um primo meu que mora em Capanema e tomei um susto, ele mais ainda e ficou cheio de explicações, resultado , pensei, “ ai tem” e tinha mesmo.Ao abrir a porta , encontrei TODA minha família !!!! Desde desse aniversário a expressão “ união familiar” passou a ter um grande sentido pra mim , porque um apartamento de 80m²  comportar todo aquele povo ....só na união!Bom, o fato é que sempre acontece alguma coisa que estraga a surpresa...Mas foi muito legal  ver pessoas que trabalham há muito tempo com você registrarem esse momento se  confraternizando

 Na verdade nunca sei quando haverá encontros e depedidas porque a vida vive em ciclos ...Crescemos com as vivencias ,mas o mais importante nos fortalecemos com o amor...
Are breve

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Horcrux

Uma Horcrux é um ou mais objetos mágicos no qual foi inserido a alma de um bruxo, e consequentemente, impede a morte de seu dono...e assim como Voldemort,  sinto minha alma fragmentada em vários pedaços deste Rio de Janeiro. Durante todas minhas aventuras um pedacinho foi inserido.Talvez por isso me sinta fraca, destabilizada. longe do Rio
# 1
A primeira ocorreu há muito tempo atrás nas areias de Copacabana...Às seis da manhã, atravessei a Atlântica e comecei a andar pela praia.Era janeiro, verão, tinha 16 anos e um desejo de liberdade intenso...Caminhei... caminhei e quando dei por mim, estava no posto final, perto do Forte de Copacabana, junto dos pescadores e idosos que ficam sentados jogando e passando o tempo.
Quando retornei, avistei minha mãe, meu padrasto e uma patrulha de polícia,estavam apavorados pensando que eu tinha me perdido, sido sequestrada, sei lá o que se passou o fato é que fui bombardeada de tantas perguntas e quando disse que nada tinha acontecido e que só queria andar pela praia minha mãe me olhou com tanta indignação que usou sua autoridade de mãe e me proibiu de sair sem a permissão deles durante aquelas primeiras férias na Cidade Maravilhosa.Naquele instante fechei meus olhos e deixei um pedaço da minha alma livre naquele lugar.Senti o vento me tocar e levar minha essência de alma peregrina para as areias daquela praia.



# 2
A segunda deixei na Ilha do Governador.No alto do mirante onde tem um altar e uma das visões mais completas da cidade é um lugar que fui poucas vezes, pois é de difícil acesso, mas na frente daquele altar, onde tem uma santinha, senti uma paz.Estava começando  minha relação com o meu marido, não sabia o que seria esse amor separado por 3 mil quilômetros...Olhei para a santa e lá deixei uma parte de mim para que ela guardasse e protegesse, principalmente, enquanto morasse por lá.

# 3
Na minha caminhada ao Pico do Papagaio, na floresta da Tijuca, eu superei alguns limites,passei por obstáculos que não imaginava, fui resistente, obstinada a chegar ao topo, mesmo quando as forças me abandonaram, segui...e la escolhi a minha terceira Horcrux, deixei minha alma fortalecida, o pedaço mais determinado em cima daquele morro.

# 4
Lagoa Rodrigo de Freitas, cenário perfeito para estar com a família. Um dos lugares mais gostosos do Rio.Lá vivi momentos agradáveis com meu marido e filhos.Uma interação familiar, harmoniosa Jogamos bola, corremos, andamos de bicicleta, pedalinhos, caminhamos.Todo tipo de passeio em um só lugar...Inevitavelmente minha alma familiar ficou neste lugar, entregue para perpetuar os momentos mais preciosos que vivi ao lado daqueles que amo.

# 5
Trabalhei como professora no Rio por dois anos, descobri que assim como mãe, aluno é aluno em qualquer lugar e assim, apliquei tudo que havia aprendido no magistério para reforçar a atenção dos alunos sem conflito culturais. Deixei um pedação da minha alma investigadora, curiosa dentro de cada um para alimentar o desejo de querer saber sempre  mais, o desejo do conhecimento.

Voldemort dividiu sua alma em sete pedaços para atingir a eternidade...sendo que a sétima ficaria com ele mesmo.Eu também fiz assim e minha última parte dividida foi...
# 6
É difícil recomeçar uma vida , mas sabia que naquele ano de 99, uma transformação na minha vida iria acontecer.Ao descer no Aeroporto Tom Jobim. vi aquele que seria mais tarde meu marido.Olhei em seus olhos e ele me olhava qual uma menino de dez anos ao receber no natal o presente mais esperado.O brilho e o sorriso do olhar eram o bastante para aquele primeiro encontro e foi nessa hora que dei minha alma amorosa para habitar dentro do seu coração

Com a divisão das horcruxes, deixei nesta terra minhas melhores essências.Dentro de mim ficou o suficiente para sobreviver.Diferente de Voldemort, não quero a vida eterna,, nem matarei ninguém para obter esse poder, apenas quero poder retornar para esta cidade e me fortalecer outra vez, antes que um pequeno bruxinho as destrua de uma vez, mas esta história não fui eu quem contou...(quem derá....)

domingo, 31 de julho de 2011

Foi um Rio que passou em minha vida....

Chegadas e partidas sempre ocorrem em nossas vidas...O ciclo natural é esse, mas ninguém falou que não deixam marcas todo esse processo.Chegou a hora de voltar a Terra dos Papa Xibés, minha Belém do Pará. Dizer "até breve" não ameniza a dor do adeus..." A hora do encontro e também despedida..." já disse a canção então que se faça o que deve ser feito.A bagagem vai cheia! Esta foi a aventuras das amizades...desta vez não teve como resistir, ponto para o Rio que soube me prender e me convencer a ficar.
Desde o primeiro dia nesta terrinha, maravilhosas pessoas estiveram no meu convívio, abriram suas casas, suas vidas e seu carinho amigo. Portas abertas , entrei! E agora ... tenho que ir.Minha vida paroara me espera, minha rotina, meus compromissos.Alguém pode me segurar aqui, por favor???!!! Amarra uma corda!! Seria tão fácil,mas a vida deve seguir o curso do rio, e esse tem aos montes na minha terra e a correnteza me leva e contra a força da pororoca não há como resistir....Mas uma coisa é fato, Heráclito já dizia nunca se entra no mesmo rio duas vezes...com certeza esse Rio que passou em minha vida foi diferente...e suas águas renovaram minha alma ...
      O rio da minha aldeia não faz pensar em nada. Quem está ao pé dele está só ao pé dele.    Alberto Caeiro


sexta-feira, 29 de julho de 2011

Uma Ilha no meio do Rio


Sou Ilha do Governador mesmo antes de conhecê-la. Nos grandes desfiles da escolas de samba a Ilha sempre se destacou pelos sambas enredos que criava, quem já não cantou .." Como será o amanhã...." ou " A minha alegria atravessou o mar ...." . Em 86, quando estive no Rio pela primeira vez não a conheci, mesmo tendo conhecidos por aqui, preferi ficar em Copa, minha visão do Rio , ainda era muito turística, ainda comprava o Rio das agências de turismo, desconhecia que havia vida além da zona Sul.

Mas havia um magnetismo presente entre nós e, assim, a Ilha me apresentou meu maridão, Rodrigo. Estávamos  a 3 mil quilômetros de distância, eu em Belém e ele na Ilha do Governador, isto há 13 anos atrás, ela foi o cenário quando nos conhecemos a primeira vez e está presente em nossas vidas desde de então.




A ilha é um bairro peculiar do Rio, nela fica o Aeroporto Internacional Tom Jobim, por isso os prédios não podem ter uma altura elevada pelo trânsito aéreo. Tem um charme próprio que difere dos outros bairros que não estão no eixo zona sul. A ilha é a ilha e o insulano geralmente, não consegue deixá-la. É um bairro de casas bonitas, algumas cinematográficas...E tem cada mirante , pois a ilha é uma pedaço de bairro cercado de morro pra todo lado.
A primeira vez que andei em uma ladeira aqui, quase cai...Desci do carro e achei que o nível era um só, foi quando fui descendo...descendo... 
Meu primeiro e único baile funk  também foi aqui, me diverti muitos, mas meus amigos estavam todos desconfiados era muita " comunidade" por metro quadrado...
A comunidade mais famosa da Ilha é o Morro do Dendé, cantado em um funk que fez parte da trilha do filme TROPA de ELITE.Lembra?


A Ilha não foi o meu primeiro amor no Rio, mas conquistou seu espaço. Aqui morei, trabalhei, criei meu filho mais velho, fiz meus primeiros amigos e sei que não importa onde eu vá escolher morar na minha volta para o Rio. A Ilha sempre me receberá de braços abertos.